Eu,
porém, por minha vida, tomo a Deus por testemunha de que, para vos poupar, não
tornei ainda a Corinto; não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque
somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, pela fé, já estais
firmados. Isto deliberei por mim mesmo: não voltarei a encontrar-me convosco em
tristeza. Porque, se eu vos entristeço, quem me alegrará, senão aquele que está
entristecido por mim mesmo? E isto escrevi para que, quando for, não tenha
tristeza da parte daqueles que deveriam alegrar-me, confiando em todos vós de
que a minha alegria é também a vossa. Porque, no meio de muitos
sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para
que ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro
em grande medida. (II Co 1:23-2:4)
Quando
li esse texto não resisti: tinha de compartilhar com você minhas meditações de
hoje. Quando uma verdade revelada da Palavra cai em nosso coração é como uma
bomba atômica – pelo menos é assim para mim. Aquilo entra e produz tanta vida,
tanta alegria que não dá para não parar tudo e pensar a respeito. Como gosto de
escrever os pensamentos, aqui estão. Já que você está lendo, pensemos juntos.
O
contexto do texto acima é que, em I Coríntios, Paulo escreveu algumas correções
que não eram muito fáceis de serem recebidas. Foram palavras duras. E ele
recebeu o feedback de que a igreja não havia recebido
tranquilamente aquela carta. Alguns foram entristecidos. Ao saber disso, a
tristeza deles se tornou também a tristeza de Paulo.
Quem
nunca experimentou se entristecer com a reação de alguns a palavras ou atitudes
nossas que eram para o bem dos outros? Quem nunca foi incompreendido? Quantas
coisas fazemos para abençoar os outros mas acabam causando reações que não
imaginávamos?
É
interessante perceber que quando entristecemos a outros acabamos por nos
entristecer também. E o que fazer nesses momentos? Tentar dar explicações?
Pedir satisfação? Paulo fez o seguinte: “Eu, porém, por minha vida, tomo a Deus
por testemunha de que [...] não voltarei a encontrar-me convosco em tristeza.”
Quer dizer, ele decidiu não levar a tristeza dele a outros, não contaminar
ninguém com os seus sentimentos. Que lição!
Agora
vem a parte que mais me chamou a atenção: “Não que tenhamos domínio sobre a
vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria”. Uau!
Captei vossa mensagem, amado Mestre! Eu sou cooperadora da alegria de outros.
Compartilhando: você é cooperador da alegria de outros. Que maravilha! Nasci
para cooperar com a alegria de todos aqueles que me cercam, a começar daqueles
da minha casa. Meu nome é: mamãe alegria; esposa alegria; filha alegria; amiga
alegria; irmã alegria... Forte isso!
E ele
continua: “Porque, se eu vos entristeço, quem me alegrará, senão aquele que
está entristecido por mim mesmo?” Se eu entristecer alguém, não poderei
usufruir da alegria que aquele encontro deveria me proporcionar. Se transmito
tristeza, receberei de volta tristeza. Não é muito legal, então, sair por aí
transmitindo tristeza, porque quanto mais transmito tristeza, mais a recebo em
retorno, portanto, minha tristeza aumenta. Aqui eu faço um paralelo com algo
muito precioso que Deus diz em Isaías 43:25: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as
tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro mais.”
Grifei mesmo, porque achei maravilhoso isto: “por amor de mim”. Deus escolheu
nos amar, tem prazer em se relacionar conosco e para que isso seja possível,
escolheu nos perdoar porque, se não o fizesse, não poderia Se relacionar
conosco e considera isso um prejuízo. Então, por amor a Ele mesmo, para que
possa satisfazer Seu desejo de nos amar, nos perdoa. Que demais! Quando fazemos
o bem aos outros estamos amando a nós mesmos. Quando perdoamos, estamos nos
amando.
E
continuo no texto: “E isto escrevi para que, quando for, não tenha tristeza
da parte daqueles que deveriam alegrar-me, confiando em todos vós de que a
minha alegria é também a vossa.” Compreender isto é fundamental: quando alegro
outro, alegro a mim mesmo. A alegria do outro me alegra assim como a minha
alegria o contagia. Isso é verdadeiro com relação aos outros sentimentos.
Quando manifesto minha ira, deixo os outros irados e isso aumenta ainda mais o
meu nervosismo. Quanta sabedoria há na Palavra!
E aqui
termino: "Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração,
vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que ficásseis entristecidos,
mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida."
Realmente Paulo entristeceu os Coríntios, mas aquela tristeza que provocou com
a correção que teve de impor não foi uma consequência de algo que eles lhe
tenham feito, uma reação ruim ou um ato impensado do apóstolo, mas uma
manifestação de amor de quem sabe que, mesmo resultando em tristeza, algumas
correções não podem deixar de serem feitas. Os pais são mestres nisso. É
doloroso corrigir os filhos, mas mais doloroso é vê-los colher as consequências
de atos que nós poderíamos ter ensinado que não deveriam praticar. Disciplina
também é amor. Pode causar tristeza, mas é um ato de amor.
Guardo
este tesouro de hoje: devo compartilhar com Deus minhas tristezas e não com os
outros para não contaminar aquele que poderia me alegrar. E, acima de tudo, ser
uma cooperadora da alegria das pessoas, porque, se há alguma coisa de que o
mundo está precisando desesperadamente é de motivos para se alegrar.
Deixo
um bom motivo para você estar alegre hoje: Deus é por nós!
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