sexta-feira, junho 30, 2017

A Minha Alegria e a Sua Alegria

Eu, porém, por minha vida, tomo a Deus por testemunha de que, para vos poupar, não tornei ainda a Corinto; não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria; porquanto, pela fé, já estais firmados. Isto deliberei por mim mesmo: não voltarei a encontrar-me convosco em tristeza. Porque, se eu vos entristeço, quem me alegrará, senão aquele que está entristecido por mim mesmo? E isto escrevi para que, quando for, não tenha tristeza da parte daqueles que deveriam alegrar-me, confiando em todos vós de que a minha alegria é também a vossa. Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida. (II Co 1:23-2:4)

Quando li esse texto não resisti: tinha de compartilhar com você minhas meditações de hoje. Quando uma verdade revelada da Palavra cai em nosso coração é como uma bomba atômica – pelo menos é assim para mim. Aquilo entra e produz tanta vida, tanta alegria que não dá para não parar tudo e pensar a respeito. Como gosto de escrever os pensamentos, aqui estão. Já que você está lendo, pensemos juntos.

O contexto do texto acima é que, em I Coríntios, Paulo escreveu algumas correções que não eram muito fáceis de serem recebidas. Foram palavras duras. E ele recebeu o feedback de que a igreja não havia recebido tranquilamente aquela carta. Alguns foram entristecidos. Ao saber disso, a tristeza deles se tornou também a tristeza de Paulo.

Quem nunca experimentou se entristecer com a reação de alguns a palavras ou atitudes nossas que eram para o bem dos outros? Quem nunca foi incompreendido? Quantas coisas fazemos para abençoar os outros mas acabam causando reações que não imaginávamos?

É interessante perceber que quando entristecemos a outros acabamos por nos entristecer também. E o que fazer nesses momentos? Tentar dar explicações? Pedir satisfação? Paulo fez o seguinte: “Eu, porém, por minha vida, tomo a Deus por testemunha de que [...] não voltarei a encontrar-me convosco em tristeza.” Quer dizer, ele decidiu não levar a tristeza dele a outros, não contaminar ninguém com os seus sentimentos. Que lição!

Agora vem a parte que mais me chamou a atenção: “Não que tenhamos domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vossa alegria”. Uau! Captei vossa mensagem, amado Mestre! Eu sou cooperadora da alegria de outros. Compartilhando: você é cooperador da alegria de outros. Que maravilha! Nasci para cooperar com a alegria de todos aqueles que me cercam, a começar daqueles da minha casa. Meu nome é: mamãe alegria; esposa alegria; filha alegria; amiga alegria; irmã alegria... Forte isso!

E ele continua: “Porque, se eu vos entristeço, quem me alegrará, senão aquele que está entristecido por mim mesmo?” Se eu entristecer alguém, não poderei usufruir da alegria que aquele encontro deveria me proporcionar. Se transmito tristeza, receberei de volta tristeza. Não é muito legal, então, sair por aí transmitindo tristeza, porque quanto mais transmito tristeza, mais a recebo em retorno, portanto, minha tristeza aumenta. Aqui eu faço um paralelo com algo muito precioso que Deus diz em Isaías 43:25: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me lembro mais.” Grifei mesmo, porque achei maravilhoso isto: “por amor de mim”. Deus escolheu nos amar, tem prazer em se relacionar conosco e para que isso seja possível, escolheu nos perdoar porque, se não o fizesse, não poderia Se relacionar conosco e considera isso um prejuízo. Então, por amor a Ele mesmo, para que possa satisfazer Seu desejo de nos amar, nos perdoa. Que demais! Quando fazemos o bem aos outros estamos amando a nós mesmos. Quando perdoamos, estamos nos amando.

E continuo no texto: “E isto escrevi para que, quando for, não tenha tristeza da parte daqueles que deveriam alegrar-me, confiando em todos vós de que a minha alegria é também a vossa.” Compreender isto é fundamental: quando alegro outro, alegro a mim mesmo. A alegria do outro me alegra assim como a minha alegria o contagia. Isso é verdadeiro com relação aos outros sentimentos. Quando manifesto minha ira, deixo os outros irados e isso aumenta ainda mais o meu nervosismo. Quanta sabedoria há na Palavra!

E aqui termino: "Porque, no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração, vos escrevi, com muitas lágrimas, não para que ficásseis entristecidos, mas para que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida." Realmente Paulo entristeceu os Coríntios, mas aquela tristeza que provocou com a correção que teve de impor não foi uma consequência de algo que eles lhe tenham feito, uma reação ruim ou um ato impensado do apóstolo, mas uma manifestação de amor de quem sabe que, mesmo resultando em tristeza, algumas correções não podem deixar de serem feitas. Os pais são mestres nisso. É doloroso corrigir os filhos, mas mais doloroso é vê-los colher as consequências de atos que nós poderíamos ter ensinado que não deveriam praticar. Disciplina também é amor. Pode causar tristeza, mas é um ato de amor.

Guardo este tesouro de hoje: devo compartilhar com Deus minhas tristezas e não com os outros para não contaminar aquele que poderia me alegrar. E, acima de tudo, ser uma cooperadora da alegria das pessoas, porque, se há alguma coisa de que o mundo está precisando desesperadamente é de motivos para se alegrar.

Deixo um bom motivo para você estar alegre hoje: Deus é por nós!


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