terça-feira, março 11, 2014

Posso confiar em você?

Uma pergunta tem me seguido há algum tempo: Deus pode confiar em mim? Volta e meia ouço essa pergunta em meu interior. Quero compartilhar um pouquinho desse assunto com você hoje.

Há uma parábola muito esclarecedora a esse respeito. Permita-me compartilhar aqui. Mesmo que a conheça, leia. É muito interessante.

Porque isto [o reino dos céus] é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado
(Mt 25.14-29).

Deus conferiu a mim e a você talentos. Não sei se você tem muitos ou poucos, mas eu tenho muitíssimos. Talvez você pense que estou a falar de bens. Bens são secundários. Vão ficar por aqui, são temporários, podem ser roubados, perder valor. Há coisas muito mais importantes do que bens. Estou a falar principalmente de pessoas, de relacionamentos.

Deus conferiu a mim pessoas, muitas pessoas. Tenho marido, filhos, pais, sogros, irmãos, cunhados, pastores, irmãos em Cristo, amigos, colegas de trabalho, chefes, uma infinidade de pessoas com quem me relaciono. E tenho bens também, alguns. Quando olho para tudo o que tenho me vem um santo temor. Hoje disse várias vezes a Deus: obrigada por confiar em mim. Tenho tanto, tanto, tanto! Mas reconheço que nada do que tenho é meu. Sou administradora de coisas que são de Deus – Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem
(Sl 24.1). Então, em última análise, acho que tenho sido uma boa administradora porque administro muitas coisas de Deus. Tenho um grande trabalho a realizar, mas sei que é uma incumbência temporária e que de tudo Deus me pedirá conta: (...) anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas (Ec 11.9).

As parábolas não são pequenos contos ilustrativos. São exemplos de realidades que não seriam compreendidas se explicadas de outra maneira. Jesus pretendeu facilitar o entendimento dos judeus ao ensinar-lhes por meio de parábolas. Elas contêm lições muito profundas.

Veja só, o senhor da parábola, que é uma referência a Deus, distribuiu a cada trabalhador talentos conforme a sua capacidade. Ele não mudou. Continua fazendo o mesmo. Cada um recebe de acordo com a sua capacidade. Em outras palavras: o que você tem está completamente de acordo com a capacidade que tem demonstrado de administrar, nem mais, nem menos. Aliás, se isso está se perdendo na sua mão é porque você não tem sido suficientemente capaz de administrar. É duro ouvir isso, mas é verdade. Se os filhos estão mais rebeldes; o marido, descontente; os pais, desassistidos; o patrão, irritado; com certeza essa administração não está nada boa.

O que acontece com quem administra bem? O Senhor confia e vai dando mais, e mais, e mais, e mais. Andar para a “frente”, prosperar, ter acréscimos é parte da essência humana. A ordem de Deus para o homem foi que crescesse e multiplicasse em todos os sentidos. Ninguém se conforma em vender bens para pagar dívidas, ninguém se conforma em perder, ninguém se conforma em ser roubado, sabe por quê? Porque fomos feitos para o acréscimo e não para a falta.

O que acontece com quem administra mal? Aqui o texto é cruel: Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado (Mt 25.29). Quem tem terá ainda mais. Quem administra bem cinco talentos não receberá mais um talento, mas mais cinco. Veja só como a proporção de Deus é generosa! E quem administra mal? Se tem um, perderá até mesmo esse um, o que quer dizer ficar com nada. Isto mesmo: zero, falta, escassez, dívida, solidão, tristeza, desespero.

Agora dá para começar a entender a pergunta, não é mesmo? “Posso confiar em você”? Isto quer dizer: “Posso te dar mais? Posso depositar mais pessoas e coisas na sua mão”?

Transfiro para você hoje a pergunta: Deus pode confiar em você?


Um comentário:

  1. Olá Keila, a paz do Senhor. Essa semana Deus tem falado muito comigo por meio dessa palavra: Mateus 25. 14-29. Terei a honra de ministrar uma palavra baseada nesse texto dia 25.07 na Assembleia de Deus. Creio que, por ser o mesmo espírito que opera em nós - Espírito Santo de Deus, foi Ele que levou-me a ler seu inspirado texto para comunicar-me algo mais. Abraços meus e do meu kit loirinhas em todos aí. Que as bênção do Senhor continuem alcançando sua família.

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