terça-feira, maio 22, 2012

Nada de birra

Não é fácil criar filhos, mas também me lembro de que não é fácil ser filho. Não dei trabalho para os meus pais na escola. Sempre gostei de estudar. Mas me lembro perfeitamente da minha mãe brigando com os meus irmãos por causa dos deveres sem fazer, das provas com notas baixas, do desinteresse, das reclamações dos professores.

É a imaturidade que não nos possibilita entender que as ordens paternas são para o nosso bem. Quando obedecemos, não estamos fazendo um bem para os nossos pais, apesar destes se beneficiarem, sim, disso. No fundo, o bem é primordialmente para nós. Fazemos deveres por nós, organizamos o quarto por nós, não fazemos malcriação por nós, comemos o que está no prato por nós, vamos à escola por nós... A lista é extensa.

Hoje entendo, mais do que nunca, como eram elevadas as intenções dos meus pais. Nada como ser mãe!

Se os pais humanos têm maravilhosas intenções (mais uma vez devo dizer, como já o fiz em posts anteriores: estou falando das pessoas normais), quão mais elevados não são os propósotos do Senhor! "Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos" (Is 55.9).

Embora não possamos ver um palmo além do nosso nariz, não possamos enxergar um minuto à frente da nossa breve existência, ousamos dizer que nossas ideias são melhores do que as de Deus, que sabemos o que estamos fazendo e que os mandamentos do Senhor são restritivos. O que isso quer dizer? Que, na verdade, não cremos na sua Palavra, quando diz que Deus é amor (I Jo 4:8). Como pode um Deus de amor querer prejudicar um filho seu? Isso não combina, não é mesmo? Deus não é assim. Vejam o conselho dado por Paulo a seu amigo Timóteo: "Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação" (I Tm 6:17). Permitam-me enfatizar: ponham sua esperança em Deus, que de tudo nos provê ricamente para a nossa satisfação.

Os pais querem a satisfação dos filhos. Nem sempre parece que estudar para a prova pode dar a alguém satisfação, mas sabemos que o fim é proveitoso e o meio necessário. O que fazemos então para facilitar? Oferecemos certa estabilidade nas ordens - e isso é fundamental - e nos colocamos à disposição para ajudar, também informando antecipadamente a consequência da desobediência.

Deus fez exatamente isso. Primeiro, nos garante total segurança - "Eu sou o Senhor e não mudo" (Ml 3:6); "Os céus e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão" (Lc 21:33); "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes" (Ti 1:17). Deus não diz uma coisa hoje e outra amanhã. Sua Palavra não muda e seus mandamentos visam ao nosso bem. Deus não muda de humor como nós. Podemos nos achegar sempre a Ele com confiança, pois é pleno de misericórdia.

Segundo, Deus está sempre pronto para nos ajudar. "Não temas, porque eu sou contigo; não te espantes, porque eu sou o teu Deus. Fortalecer-te-ei, ajudar-te-ei e sustentar-te-ei com a destra da minha justiça" (Is 41:10). Mesmo quando erramos, mesmo quando desobedecemos, Ele não nega Seu apoio, afinal, sabe da nossa estrutura, conhece-nos melhor do que nós mesmos.

Terceiro, informou-nos antecipadamente das consequências da obediência e da desobediência. Não vou colar aqui, mas você pode ler Deuteronômio 28 na sua Bíblia. O capítulo trata das maravilhosas bênçãos que vêm para quem obedece e das maldições terríveis que acometem os desobedientes. Talvez você queira me perguntar: Keila, então Deus faz o mal? De forma alguma. Nós que o buscamos. Jamais dei uma nota baixa para os meus filhos. Eles que fazem jus ao que está escrito em seus boletins.

Deus ama; os pais amam. Deus quer o bem de nós, Seus filhos; os pais querem o bem de seus filhos. Deus nos dá regras para o nosso bem; nós pais impomos disciplinas para o bem dos nossos filhos...

Quem sou eu para comparar Deus comigo? Ele é infinitamente melhor. Acredito nEle e quero obedecer às suas ordens. E convido você a amadurecer. Que tal admitir que os mandamemtos do Senhor são para proteger e não para restringir? Que tal obedecer-lhes de coração? Que tal procurar facilitar a sua vida ouvindo alguém mais sábio e aceitando Seus conselhos?

Seu Pai ama muito você! - posso garantir.

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