segunda-feira, março 05, 2012

Parece difícil, mas não é.

Sou uma feliz mãe de dois filhos. Tenho por eles um amor descomunal, desesperador, louco – os adjetivos são dessa ordem mesmo. O amor de uma mãe pelos filhos é inexplicável. E se eu consigo amar tanto assim, fico imaginando o amor de Deus, que não é como o meu, imperfeito. Deus ama plenamente, intensamente, sacrificialmente e todos os bons “mentes” que você quiser acrescentar aqui.

Por amar tanto os meus filhos, eu os ensino. Parecem regras, parecem chatas, parecem de mau gosto, mas, na verdade, não o são. Os pais falam “não” mil vezes aos seus bebês quando querem pôr o dedo na tomada sem a intenção de acabar com sua deliciosa exploração do mundo. Queremos mesmo é protegê-los de perigos que podem ser fatais.

Tenho introduzido certas disciplinas na minha casa. E não é fácil. Este fim de semana, meu filho entrou no chuveiro e saiu sem nem mesmo passar sabonete (espero que ele não odeie estes posts um dia!). Ele ainda não é maduro o suficiente para se deliciar com um bom banho, um condicionador gostoso, uma água quentinha.

Nossa vida espiritual é muito semelhante. É preciso maturidade e disciplina, muita disciplina até que se possa ter como prazeroso o hábito de obedecer. Veja que não estou falando ato, mas hábito. As pessoas que criam hábitos saudáveis vivem melhor. Tenho descoberto um prazer enorme na comunhão com Deus. E não começou de um dia para o outro, mas tem se desenvolvido com muita disciplina. Comecei a praticar a oração e a leitura da Bíblia como uma obrigação diária, mais uma daquelas que todos temos. O que fazer para ajudar a tornar a obrigação menos "penosa"? Passei a andar com pessoas que faziam dessa prática a sua vida. Andei com uma parceira de oração fantástica, que me ensinou não só a orar, mas a gostar de orar. É por isso que consigo acreditar que um dia é possível conseguir gostar de malhar. Tenho uma inveja santa, se é que isso existe, de quem gosta de malhar. Uma coisa é fazer, outra é gostar de fazer. Vou na marra, mas ainda odeio. Agora admito: é possível aprender a gostar.

Muitos pensam que orar, ler a Bíblia e obedecer-lhe é um grande fardo. Veem os mandamentos como uma série de “não faça”, “não prove”, “não toque”. Não conseguem descobrir o prazer que há na obediência. Prazer? É. E enorme. A Bíblia garante: Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos (I Jo 5.3). Depois que a disciplina está internalizada, é extremamente prazeroso praticá-la. Realmente não é mais penoso.

Se as nossas disciplinas do dia a dia são importantes, imaginem as disciplinas espirituais. Leia o que Paulo disse a respeito: Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir (I Tm 4:8). O exercício físico ajuda na minha saúde, mas um dia este corpo em que habito vai ficar por aqui. Por outro lado, a comunhão com Deus vai me levar ao céu, onde habitarei eternamente numa alegria indizível.

Posso garantir que começa sofrido, mas depois de internalizado ansiamos pelo que é habitual. Já esteve na rua desesperado por chegar a casa tomar um bom banho e calçar o chinelo? Pois posso garantir que, se você desenvolver o hábito, for devagar e sempre, todo dia, de pouco a pouco, desejará intensamente parar tudo e ter um tempo a sós com Deus, amará ler a Bíblia (muito mais do que ler qualquer outro livro) e obedecerá com alegria, sabendo que a vontade de Deus é sempre o melhor.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus (Rm 12:2). Deus tem uma vontade boa, perfeita e agradável para você. Melhor do que tomar banho e ter dentes limpos, melhor do que comer uma boa refeição, muito melhor do que se achar magrinha porque está malhando pesado e fechando a boca.

Vamos lá. Discipline-se. Parece difícil, mas não é.

Um comentário:

  1. Mais um dez cunhadinha!
    O mais engraçado é que na pessoa de pai muitas vezes não entendemos porque nossos filhos não optam em fazem o que é correto, já que é correto. Mas na posição de filhos, muitas vezes sabemos o que é correto, mas optamos e desejamos pelo errado.
    O melhor é que Deus, sempre nos corrige, nos chama de filhos e coloca em nossos corações um sentimento de repúdio, nojo, raiva por todos atos errados, por nossas atitudes falsas.
    Minha oração hoje tem sido, "Deus, me ensine a ensinar, me ensine a ser um pai igualzinho ao Senhor!".
    Parece difícil, mas... não é!
    O Manual, Ele já disponibilizou!

    ResponderExcluir