terça-feira, fevereiro 14, 2012

Acorda, Jesus!

Recebi um e-mail com uma música do Ministério Diante do Trono hoje que era uma ordem para o coração: “Meu coração, aprenda a confiar, aprenda a descansar”. Logo que comecei a ouvir, o Espírito Santo começou a conversar comigo.

Antes de dizer a você o que pretendo, gostaria de falar da importância de preparar o ambiente para que o Espírito Santo fale. Para ouvir a Deus é preciso calar as outras vozes. E dentre todas a que fala mais alto é a voz da nossa própria mente. Ela não para, não se aquieta. Disciplinar a mente tem-se mostrado a mais difícil tarefa da minha vida.

Hoje quero refletir sobre as difíceis questões da vida. Há problemas de fácil solução. Incluiria nessa categoria aqueles que têm prazo certo para findar. É fácil quando sabemos que tudo vai-se resolver num prazo “x”, como acontece com os problemas financeiros, por exemplo. Sabemos que assim que chegar o dinheiro tudo estará resolvido. Mas existem questões na nossa vida para as quais não há prazo, que parecem se estender por um período muito superior ao que seríamos capazes de suportar.

Os discípulos enfrentaram uma situação assim. Deixe-me colar aqui o texto ao qual me refiro: E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes [Jesus]: Passemos para o outro lado. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? (Mc 4.35-41)

Acorda, Senhor! Foi assim que os discípulos fizeram quando se encontravam no meio de uma grande tempestade. Estavam apavorados. Achavam que iriam sucumbir. Faltava pouco para que todos morressem, inclusive o Mestre. Talvez pensassem: como podemos estar numa tempestade, se foi o próprio Cristo quem nos mandou passar para outro lado? Novamente devo dizer que quem anda com Deus também passa por reveses. Não é sinal de desobediência enfrentar problemas. Faz parte do próprio mistério de viver.

Nós também muitas vezes parecemos estar navegando em meio a um mar revolto. Sentimo-nos sendo jogados de um lado para o outro. Não sabemos se o melhor lugar é o lado de lá, o lado de cá, se deveríamos acelerar o barco, tentar voltar à praia. Não há o que fazer. Já estamos tão no meio do mar que não dá para voltar, não dá para acelerar, não dá para correr, não dá para parar.

Lá da praia, as pessoas olham e dizem: “Bem que eu avisei para não entrar no mar”. Observam ao longe, esperando para ver no que vai dar. Não há bombeiros, não há botes salva-vidas, não há helicópteros sobrevoando. Não adianta gritar para os que estão na praia. É frustrante ver que não moverão uma palha para nos socorrer. Quando estamos em grande angústia, descobrimos que poucos se importam realmente. Na melhor das hipóteses, os amigos podem ajudar a amenizar a dor, mas, como diz o Salmo 60.11: Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro do homem.

É incrível como nos esquecemos frequentemente de que Deus estava no barco todo tempo. Ele é fiel! Está conosco e não nos desampara. Embora estejamos desesperados com a força do vento, com a altura das ondas, Ele permanece tranquilo, dorme. E por que dorme? Porque sabe que temos todas as condições de resolver a questão facilmente e gostaria muito de que o fizéssemos – até espera que o façamos. Ele repousa tranquilo, porque sempre soube que essa tempestade não conseguiria nos matar, nossa hora não chegou.

Pode ser que você esteja tão desesperado quanto os discípulos. Falta pouco para o barco arrebentar. Olhe ao lado, veja o Mestre: Reconhece-O em todos os Teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas (Pv 3.6). A palavra é esta mesmo: reconhece-O. Ele está lá. Talvez dormindo, talvez calado, talvez esperando que você peça ajuda, talvez disfarçado de pai, mãe, conselheiro, amigo...

No auge da crise, os discípulos sacudiram o Mestre com força para acordá-lo. E nós? O que podemos fazer? Clame em alta voz; importune o Mestre. Não o deixe permanecer dormindo. Acorde-O. A Ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, e a minha porção na terra dos viventes. Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido. Livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu (Sl 142.4-6).

Sabe o que acontecerá quando você for muito insistente? Ele se sentirá “obrigado” a se mover. Não se furtará a auxiliá-lo, fará o necessário. Jesus contou uma parábola dizendo que um juiz iníquo foi tão importunado por uma viúva que resolveu atendê-la e encerrou dizendo: Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? (Lc 18.7). Se um juiz injusto agiu, imagine o que Deus não fará!

No caso dos discípulos, não adiantaria mudar a rota do barco. Talvez eles estivessem tão cansados que nem conseguissem remar para fora da tempestade. Será esse o seu caso? O Mestre não exigiu deles nem mesmo mais um pequeno esforço. Levantou-se, ficou frente à frente com o inimigo e deu ordens ao mar e aos ventos. E quando Deus dá ordens todos são obrigados a obedecer.

Não importa o tamanho da sua tempestade. Ele ainda acalma as ondas, Ele ainda ordena o vento, Ele jamais abandona o barco. Jesus não falha!

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