Conviver é uma arte. Os casados sabem bem disso. Enquanto os namorados moram em casas diferentes, se veem depois de perfumados e de grande expectativa acerca do encontro, é tudo um mar de rosas, mas quando têm que suportar os desafios do dia a dia e as idiossincrasias de cada um as coisas mudam de figura.
Qual é o segredo então de uma boa convivência? É claro que não tenho todas as respostas para você, mas vou contar aqui algo que entendi ontem e que pode ser uma pequena parte das respostas que todos procuramos.
Um dos segredos da convivência está em aceitar as diferenças e investir nelas. Uma das grandes dores do convívio é que normalmente gostamos de nos relacionar com gente muito diferente de nós, principalmente porque têm o que não temos, são o que não somos. Porém, quando essas pessoas se aproximam muito, queremos imprimir nelas a nossa visão de mundo, forçá-las a pensar como pensamos, a agir como agimos, a querer o que querermos.
Homens e mulheres, como eu disse no post anterior, têm visões de mundo completamente diferentes e complementares entre si. Homens têm olhos para fora; mulheres têm olhos para dentro. Como assim? A missão do homem é para o mundo, a missão da mulher é para a sua casa. Por isso Deus entregou a elas, e não a eles a função de edificar a casa: "A mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola com as próprias mãos a derruba" (Pv 14.1). Recebemos de Deus o trabalho não só que deveríamos fazer, mas que gostaríamos de fazer.
Uma das edições de março da revista Época traz uma matéria especial de muitas páginas sobre as mulheres. Chamou-me a atenção os depoimentos de mulheres extremamente bem sucedidas na carreira profissional que decidiram abrir mão de promoções, aumentos e vantagens fantásticas para poderem estar um tempo maior com seus filhos. Sabe por que isso acontece? Porque nenhuma mulher se realiza profissionalmente se a sua casa está desmoronando. Ela pode até tentar sublimar suas frustrações entregando-se de corpo e alma à carreira, mas no fundo tudo de que mais gostaria é ter uma casa abençoada.
De outro lado, os homens não nasceram com o foco para dentro de casa. Eles são naturalmente conquistadores, olham para o mundo. Eles dificilmente prestam atenção na torneira vasando, na lâmpada queimada, na pintura descascada e no sofá velho. É claro que toda regra tem exceção, mas normalmente eles estão mais conectados com o exterior, pensam em como melhorar na carreira, comprar a casa nova, o carro novo, em economizar o dinheiro da nova geladeira para comprar rodas novas para o carro. Homens são guerreiros. Querem conquistar o mundo enquanto mulheres querem arrumar a casa.
Este post é principalmente para mim mesma, porque cheguei à conclusão de que devo cobrar menos, esperar menos, tolerar mais e celebrar mais o fato de ser casada com um homem com "h". Preciso ser livre para cuidar dos meus filhos e ele precisa ser livre para conquistar o mundo. É simples assim. Eu me volto para a minha casa e faço dela o melhor lugar do mundo, de sorte que ele tenha vontade de voltar para casa rapidamente. Ele galga os postos a que aspira, aumenta nossas posses, conquista posições. Eu não exijo dele que faça tarefa com as crianças e ele não exige de mim que assuma um segundo emprego para aumentar a nossa renda. Simples assim. Acordo fechado!
Pensei alto hoje.
Bom feriado na sua agradável casa!
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