terça-feira, novembro 02, 2010

Descobertas



Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam (Pv 30.5).



Ah , quanto bem faço a mim mesma quando sento aqui e escrevo! Como é bom colocar sentimentos e pensamentos num “papel”, escrever a minha história, registrar o que aprendo. Também é maravilhoso quando pego tudo isso, me assento quietinha e começo a ler. Confesso que tem horas que nem acredito que fui eu mesma que escrevi algumas coisas.
Outro dia, peguei uma agenda antiga e fui dar uma olhadinha. Achei alguns desenhos da Juju, alguns rabiscos do Toquinho de quando ele mal sabia pegar no lápis. Que deleite, que prazer! Dei glória a Deus porque estou fazendo isto aqui. Sei que no futuro esses escritos valerão milhões para mim e para as minhas gerações.
Não foi por acaso que Deus permitiu que a Bíblia fosse escrita e contasse não a história de anjos, mas de gente de carne e osso, que passou pelo que eu passo, sentiu o que ainda sinto, viveu o que eu vivo e o que eu ainda quero muito viver. Deus poderia ser um admirador da história humana. E quem seria capaz de condená-lO por isso? Mas Ele fez muito mais. Resolveu ser um participante ativo de tudo. Resolveu ser homem, pensar como homem, agir como homem, sentir como homem, apesar de sempre ser Deus.
Como não se apaixonar por um Deus assim, que faz da história do homem a Sua própria história?
Não sei que pensamentos você tem a respeito da Bíblia, se ela é para você uma história dos super-heróis, um mapa do tesouro, as reminiscências de casos pitorescos, um livro de regras infindáveis e impossíveis de serem cumpridas, uma bússola, um registro de histórias estranhas de gente que em nada se parece com a gente. O que sei é que tenho descoberto na Bíblia as minhas próprias histórias, um manual que me ensina tudo de que preciso. Fico impressionada ao ver a história de outros se repetindo através de mim mesma. É incrível lutar contra os mesmos inimigos de Elias, Davi, Rute ou Pedro.
Sabe quando eu e você seremos pessoas melhores? Quando conhecermos a Jesus o suficiente para compreender por que agiu como agiu, quando formos capazes de nos colocarmos no lugar do outro assim como Ele o fez. E reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou (Fl 2.8). Quem humilha a si próprio não precisa ser humilhado por ninguém. É este o caminho do Evangelho: humilhar-se, esvaziar-se, negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus.
Ultimamente tenho ficado muito impressionada com tudo o que vejo e ouço nos programas evangélicos. Tenho conhecido um evangelho de “quanto mais eu dou, mais eu recebo”, “tudo que eu pedir, receberei”, “dê e receberá cem vezes mais”. Hoje mesmo estava conversando com o Espírito Santo e dizendo a Ele que acho que não estou entendendo mais nada. Quero realmente aprender o que significa pensar nas coisas do alto. Parece que quanto mais espiritual, melhor deve ser a nossa vida aqui na terra. Queremos nos preparar para uma vida maravilhosa aqui mesmo, mas não sei se isso é possível. Não sei se alguém que tem o Espírito de Deus consegue viver sem chorar, fingir que os pobres não existem e que as injustiças não o afetam, assistir a um jornal e dizer: “não tenho nada a ver com isso”. Quando penso no texto que diz que das minhas orações dependerá a paz da cidade, chego a tremer.
Quero aprender a pensar nas coisas do alto, naquelas que fizeram Jesus conversar com uma prostituta, ir atrás de um garoto que vivia num cemitério, que O tiraram de um trono de glória para suportar viver com pessoas caídas em um mundo que jaz no maligno. Preciso entender o que realmente significa evangelho.
Só será possível entender a Deus por meio de Sua Palavra, por isso tenho me apaixonado por ela cada dia mais. Leio quando preciso e quando “não preciso”. Tenho o hábito de deixar um exemplar no carro, para, sempre que preciso esperar no trânsito por algum momento, abri-la, meditar. Agora preciso mudar a forma como eu a vejo. Ela não é um manual que me ensinará a viver nesta terra cada vez melhor, mas o meu passaporte para o reino dos céus que preciso viver aqui e agora. O reino não é uma realidade que se manifestará quando eu morrer, mas o meu lugar espiritual desde o dia em que aceitei a Cristo. E será impossível viver tentando usufruir do melhor da terra - toda a prosperidade e riqueza que puder obter - e o melhor do reino do céu: todas as promessas, sem me lembrar das obrigações, que é a parte “ruim”. Muitas vezes é assim que nos comportamos. Queremos todos os direitos, de preferência sem cumprir com nossos deveres.
O que tenho descoberto é que preciso de um longo caminho para o desapego. Minha carne precisa enfraquecer e meu espírito assumir o controle, de outra sorte, minha alma sofrerá e muito. Não dá para agradar carne e espírito, porque eles são rivais, se odeiam, e lutam um contra o outro todo tempo. Também não há como amar a Deus e as riquezas ao mesmo tempo. Por fim, impossível me amar do mesmo tanto que amo a Deus. Se Deus não for o primeiro, também não será mais nada.
Acho que já compartilhei isto aqui, mas quero relembrar. Há pouco mais de quatro meses, repito uma oração diante de Deus: “Senhor, me ensina a Te amar, a Te honrar, a Te temer e aumenta a minha fé”. A cada dia que aprendo um pouco mais de Deus descubro o quanto essa oração é importante, pois tudo, absolutamente tudo na nossa vida depende do nosso amor a Deus.
E o que tenho feito de prático em relação ao que oro? Tenho lido a Bíblia, pedindo ao Senhor para me mostrar na Palavra o Deus que é amor. Conheço um pouco o Deus da guerra, o Senhor, o Deus dos impossíveis, mas agora quero conhecer o Deus que é amor. Quero ver em cada capítulo da Bíblia o amor manifesto na hora da paz, na hora da guerra, na hora da dúvida, na hora do desespero, no vale da sombra da morte. E tenho descoberto coisas incríveis. Tenho visto um Deus que se importa com as pessoas, que vai atrás de Agar, que está disponível a todos e que diz: “Buscar-me-eis e me encontrareis. Deus se deixa achar. Ele não quer ser desconhecido, ser um enigma, uma charada. Ele quer muito se deixar achar. E eu resolvo a cada dia procurá-lo.
Deus não tem amor. Deus é amor. E eu quero muito me parecer cada dia mais com Ele. Não quero buscar a Deus pelo que pode fazer por mim, mas por quem Ele é. Também quero servi-lO não pelo que posso obter, mas para absorver mais dEle próprio.
Quero viver um Evangelho de verdade!
Beijos.

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