sexta-feira, outubro 15, 2010

Eu, uma Rainha?

Estava assistindo a um concurso recentemente cujo escopo era transformar meninas bem pobres em top models. Logo que eram escolhidas, começava a preparação, uma grande transformação: pele, cabelo, maquiagem, depilações, roupas, postura, quanta coisa precisava ser mudada! Quando terminavam tudo, nem pareciam a mesma pessoa. Confesso que amo isso. Como gosto de ver esses programas que fazem transformação. Como me divirto em ver o antes e o depois!
Esse programa que eu vi teve algo de muito emocionante. Quando as duas últimas classificadas concorriam pela última vaga, a apresentadora falou para uma das meninas: “Como você teve coragem de dizer ao maquiador que ele “até que” era bom? Isso é um insulto. É claro que ele é bom”. Com essa, é claro que a menina perdeu. Consideraram uma ofensa o que ela disse e, embora ela fosse lindíssima, não houve jeito. Acho que ela jamais se esquecerá disso. O que mais me dá pena é pensar que ela deve estar achando que perdeu por causa do que disse.
Penso que um dos sinais de que estamos crescendo espiritualmente é o desenvolvimento da habilidade de bem falar. Embora eu lute contra o meu desejo de falar mais do que devo, frequentemente vejo que não venço. A língua é um inimigo difícil de ser vencido apenas com o nosso esforço. Faz parte do Evangelho a mudança no falar.
Depois que li o livro de Tiago, comecei a entender melhor esse assunto. Lá diz que a língua é indomável a qualquer homem: A língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero (Ti 3.8). Depois que li isso, entendi que algumas lutas são simplesmente impossíveis de serem vencidas na nossa força. Não adianta treinamento, aparato de guerra; é necessário contar com a ajuda sobrenatural do Espírito Santo. Então comecei a orar, pedindo ao Senhor que a domine por mim.
Deus está preparando uma noiva para se casar com Seu Filho e essa noiva sou eu. E para comparecer ao palácio ou, melhor, para reinar nele é preciso aprender o protocolo. Quanto mais chique, quanto mais poderoso o palácio, mais difícil o protocolo. Se você tivesse que comparecer hoje diante da Rainha da Inglaterra, acha que saberia como se comportar? Saberia andar, comer, beber, falar, ouvir? De que assuntos trataria? O que faria primeiro?
Talvez você esteja se perguntando o que tudo isso tem a ver com o assunto da top model. Explico já. Na verdade, muitas delas poderiam dizer: “Essa aí não sou mais eu. Estão exigindo mudanças demais em mim”! É verdade. Querem pegar alguém que num dia é ninguém e transformar na top model. O mesmo acontece comigo. Deus quer pegar uma mulher que vive em um mundo que nem de longe pode se parecer com o reino de Deus e transformá-la na rainha desse Seu reino. Não serei uma serva do palácio, mas a própria rainha. Você já pensou nisso?
Não sei de quanta mudança você precisa, mas sei que alguém que estava acostumada com o império porque vivia em volta dele precisou de doze meses de aulas apenas para comparecer diante do rei. Ester precisou mudar de roupas, de comportamento, perder o sotaque de judia, mudar até mesmo o seu próprio cheiro. Foram doze meses tomando banho em sais aromáticos para a garantia de apenas uma noite com o rei.
Se eu considerar a grandeza do Rei de quem serei esposa, deverei admitir que as mudanças de que preciso são muitas. Confesso que não sei pensar, me comportar, ouvir, andar como uma rainha. Quanta coisa precisa mudar! Sobre que assuntos as rainhas conversam? Quais são seus interesses? Que tipo de pensamentos permeiam sua mente? Que tipo de roupas vestem?
Depois de refletir sobre o comportamento de Ester, fico um pouco mais tranquila. Na verdade, nada diz respeito a ela mesma; tudo diz respeito ao rei. Quando ofereceram a ela a joia que quisesse, a roupa que quisesse para comparecer diante do soberano tudo o que ela fez foi acreditar no bom gosto do camareiro. Eu também tenho um Camareiro que está me preparando. Às vezes luto com Ele, insisto para fazer diferente ou simplesmente ajo do meu jeito, mas Ele tem sido extremamente delicado e paciente. Ah, Espírito Santo, obrigada por ser o meu Orientador!
Quando entendermos que tudo na nossa vida não diz respeito a nós próprias, mas a Deus, tudo mudará. Não se trata de escolher a roupa de que mais gostamos, o perfume mais delicado, o assunto mais agradável, mas de desejar e fazer aquilo que agrada o Rei. Para passar mais do que uma noite no palácio, Ester tinha que agradar muito o rei e ninguém melhor do que o Espírito Santo, nosso Camareiro, que O conhece perfeitamente porque é um com Ele, para nos ensinar todas as coisas. Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas (Jo 14:26).
Espírito Santo, eu quero ser transformada numa rainha!

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