quinta-feira, julho 29, 2010

Estrangeiros



(Música do Quarteto Arautos do Rei.)

Quem já viajou a outro país sabe como é estranha a sensação de estar num lugar desconhecido, onde não se fala a língua local, não se compartilham costumes, nem se aprecia a comida. É estranha a sensação de “não pertencer”. O estrangeiro é visto com um ar de inferioridade. Todos estão dispostos a defender sua cultura e, por mais agradável que possam tentar fazer parecer o outro país, a sensação é sempre a mesma: ficamos deslocados.
Em I Pedro 2:11, a Bíblia nos chama de forasteiros nesta terra que Deus chama de império das trevas. Ele nos resgatou do império das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor (Cl 1:13). Estamos neste mundo, mas não somos deste mundo. Em Sua última oração, Jesus falou: Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal (Jo 17:15). Aliás, uma das causas de os judeus não terem aceitado Jesus é que Ele não era exatamente o libertador que eles esperavam, o rei que tomaria o governo de Roma. Todo tempo Ele foi enfático ao dizer: O meu reino não é deste mundo (Jo 18:36). Jesus veio para reconectar-nos ao nosso “planeta original”.
Quando nascemos de novo, assim como Jesus disse a Nicodemos ser necessário, quando aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, passamos a ter uma nova filiação. Somos aceitos de novo na nossa família original, recebidos por Deus como filhos. Recebemos juntamente com esse maravilhoso direito uma nova cidadania. Passamos a ser cidadãos do céu. E é assim que Jesus espera que vivamos no pouco de tempo que temos nesta terra.
Um instrumento importante nesse processo é a comunidade chamada igreja. Em vários lugares, há comunidades fechadas de cidadãos de outros países e são estes os responsáveis pela manutenção das tradições e costumes diante das gerações vindouras, a fim de que, mesmo que tenham nascido no outro país, não se esqueçam de que são de outra nação. Há comunidades japonesas fortíssimas em São Paulo, alemãs no sul e por aí vai. É engraçado que em alguns lugares podemos sentir como se estivéssemos num pedacinho de outro país. Vá comer em restaurantes temáticos e você verá como é isso.
A igreja é responsável pela manutenção do sistema de crenças e valores da nossa casa original. Somos cidadãos do céu e nossa comunidade deve difundir os valores da nossa Pátria e não desta onde somos estrangeiros. É muito importante ir à igreja, relembrar os princípios do reino, aprender as leis da nossa pátria.
Enquanto vivermos nesta terra, devemos suportar a dor de sermos estrangeiros e colocar o nosso foco nas coisas do céu. Pensai nas coisas do alto (Cl 3:2). O evangelho é tão poderoso que não precisamos esperar morrer para viver no novo reino. Podemos experimentá-lo aqui e agora. Não estamos aqui simplesmente para enviar pessoas ao céu, mas para trazer o céu até nós. Por isso, oramos: “Venha a nós o Teu reino”, porque o reino não é um lugar físico, mas um sistema de crenças e valores eternos.
O desejo de Deus é que vivamos na terra com os valores do céu, permitindo assim que vivamos uma vida tranquila e segura aqui. Somos responsáveis por disseminar a cultura do céu. Não devemos pensar como humanos, mas como seres eternos que um dia prestarão contas a Deus de tudo o que têm feito. Quem age com base em princípios eternos se torna exemplo para o mundo, assim como Jesus o foi e pode trazer o ambiente do céu à terra.
Deixo para vocês essa música aí de cima. Quero que minha casa, minha família, meu carro, meu emprego sejam um pedacinho do céu. Posso ter o céu aqui e agora se eu estiver em sintonia com Deus.



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